sábado, 25 de maio de 2019

As margens do Danúbio são lugares de muitas estórias que fazem a história da humanidade.

Previsão de como irá ser montada a bike



Nascendo na Floresta Negra, na Alemanha, o 2º maior rio da Europa passa na Áustria, Eslováquia, Hungria, Croácia, Sérvia, Roménia, Bulgária, Moldávia e Ucrânia.
O seu delta é reserva mundial da biosfera e um santuário de avifauna e peixe. Embora a maior parte fique do lado romeno também a Ucrânia partilha parte essencial do delta do rio.
O rio dá acesso de todos estes países ao Mar Negro e deste, para sul, através do estreito do Bósforo (que separa a parte europeia e asiática da Turquia e da sua cidade de Istambul) dá acesso ao Mar de Mármara e depois ao Mar Egeu e deste ao Mediterrâneo. Para norte o acesso marítimo segue para o mar de Azov através do Estreito de Querche.  
Agora acrescente-lhe que a Alemanha construiu um canal de 171 kms que o liga ao rio Meno e que este desagua no Reno que por sua vez vai desaguar no Mar do Norte…
Assim, quando falamos do Danúbio, falamos de um rio altamente estratégico na geopolítica e geografia europeia e até asiática. Isso fez dele um lugar de disputa e grande circulação de povos, disputas militares e poderes. O último dos quais foi a guerra dos Balcãs e parte dos seus combates tiveram foco entre a Croácia e a Sérvia, uma guerra que só foi há 20 anos e de que restam ainda campos minados, aldeias e casas destruídas.
Perto das suas margens foi construído o Campo de Concentração de Mauthausen (https://pt.wikipedia.org/wiki/Mauthausen) cujo musealização perpétua a recordação do horror e do fascismo. Antes visitarei o de Dachau (https://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_de_concentra%C3%A7%C3%A3o_de_Dachau), perto de Munique, cidade para a qual parto terça-feira de avião.
As margens do Danúbio são, pois, lugares de muitas estórias que fazem a história da humanidade.
Mas são também lugares seguros e de atração popular.
A minha intenção é fazer de Ingolstad ao delta do rio até ao Mar Negro.. Farei em autossuficiência e sozinho – mas encontrarei muita gente pelo caminho ou trilhos. Dormirei essencialmente em parques de campismo e comerei onde for possível, não tenho conhecimentos culinários para arriscar fazer sempre a minha própria comida.
A rota será longa, 2440 kms, mas não é uma “rota BTT” como a que fiz o ano passado com o Caminho do Norte de Santiago e o Caminho Lebaniego / Picos da Europa.
A maior dificuldade será de novo a chuva. Junho é o mês de maior [ou dos maiores] precipitação na Alemanha, Áustria, Sérvia, Hungria ou Croácia. Se apanhar chuva torrencial talvez seja possível recorrer ao comboio ou a algum percurso em barco.
Tentarei ir atualizando este blogue e o facebook, mas não esperem grandes fotos que a aselhice técnica não o permite; também serão essencialmente de telemóvel.
Então até breve.

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