terça-feira, 30 de junho de 2020

E da latinha sai uma surpresa: a sardinha!

Saiba que o Algarve tem muitas mais belezas do que as praias. Fica a sugestão para visitarem a “Mostra Conserveira” que se situa no bonito edifício do Arquivo Histórico Municipal de Vila Real de Santo António.

As máquinas, ferramentas e materiais contam estórias que fizeram a história de VRSA. São vidas de ousadia, partilhas, solidariedade e lutas laborais onde as mulheres têm protagonismo destacado para diminuir a miséria.

VRSA teve mais de 10 fábricas de conservas de peixe. Criada nos fins do século XIX, a procura foi potenciada para responder a alimentação de soldados e distribuição por populações famintas. As conservas eram comida de pobres, tão pobres como quem as fazia, hoje são gourmet em lojas para turistas!

Não perca um passeio a pé pelo centro histórico pombalino. Fica um desafio: 

- O que são Muxama, Enxalavar, Ronqueador? Escabeche, sabe não sabe? Ou tenho de lhe emprestar uma Almontolia?

Em baixo deixo-vos textos interessantes que podereis ler com calma, mas como blogue em que a bicicleta tem lugar privilegiado aqui juntamos gpx para a Ecovia do Litoral. Sim, eu sei que também gostariam de fazer a Rota Algarviana – mas isso são outras pedaladas e o verão não é bom concelheiro para essa epopeia.

Contatos do Arquivo Histórico: arquivomunicipal@cm-vrsa.pt, 281 510 260. 

Gpx da Ecovia do Litoral, clique aqui

História da Indústria Conserveira em Vila Real de Santo António, dos investigadores Ismael Estevens Medeiros e Pedro Miguel Bandarra; excelente trabalho com lindas fotos e excelentes descrições, link aqui. 

Ótimo estudo, de leitura fácil, sobre as dinâmicas emancipatórias das operárias conserveiras do Prof. Hélder Faustino Raimundo da Universidade do Algarve, clique aqui.

Vítor Franco










Galeão a remos

Calões posicionados no copo da armação

Descabeço da sardinha



domingo, 14 de junho de 2020

A história do dinossauro que caiu numa gruta de Santarém


Era uma vez um terópode que corria, marcando pegadas perenes que sobreviveriam à sua espécie, quando (…) de repente (…) desaparece! Para onde teria ido este comilão carnívoro do jurássico médio?

Tinha caído numa gruta em Santarém!

Naquele lugar a que chamam Vale de Mar, nome bom para quem ainda regista dezenas de fósseis marinhos gravados na pedra, em rocha elevada quando as placas tectónicas “andaram a jogar às cavalitas” a água ajudou a cavar algares como o descoberto pelo Sr. Pena com cerca de 50 m de altura.

Para visitar o Algar do Pena é preciso contactar primeiro o Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros [243 400 630, pnsacvisitas@gmail.com]. Se ainda se mantiver encerrado pode ver aqui um filme do mesmo.

As pegadas do grandalhão de 2 toneladas estão bem visíveis ali bem perto do algar, em Vale de Meios. Também registadas em vídeo, que pode ver aqui.

Almoce ou jante numa dos restaurantes das aldeias e aproveite para um passeio.

Visite a aldeia de Vale da Trave. É lá a Associação de Compartes dos Baldios cuja atividade é um bom exemplo de boa utilização do espaço serrano, dinamização local, fomento dos recursos endógenos da serra como as plantas medicinais… Olhe com atenção para a flora, veja lá se descobre esta orquídea cuja morfologia assim se adapta ao polinizador.

Se gosta de BTT deixo-lhe aqui dois tracks: Praia Jurássica e pegadas de dinossauros e Dobrar a Fórnea. E aqui fica o exemplo de uma caminhada de 22 kms. Tanto o BTT como a caminhada necessita de GPS. 

Querem saber mais da história do dinossauro? Terão de visitar a gruta e o seu habitat :) :) 

Este Maciço Calcário Estremenho é só surpresas, mas disso falaremos noutras sugestões de visita. Sugestões de leitura: Portugal em Pedra, Serra de Aire e Candeeiros.

Vítor Franco

terça-feira, 9 de junho de 2020

Guia de visita para um dia em Santarém

O centro histórico de Santarém é testemunho de uma história rica e plural. 
Foi terra de árabes e judeus, colocados extramuros após a conquista de D. Afonso Henriques; Santarém continuou sendo plural nas suas vivências com senhores feudais e campónios, agrários, “gaibéus” e “ratinhos”, burgueses e proletários. A diversidade espelha-se por exemplo nas coletividades centenárias como Sociedade Recreativa Operária ou os Caixeiros
Neste convite para uma visita de um dia deixo-vos sugestões adequadas ao espaço / tempo disponível. As sugestões não passam pela imagem do campino/touro pois entendo-a como construção identitária deslocada da pluralidade cultural histórica e patrimonial.


Ver mais informações e fotos
#10 Milhões de Razões para ficar em Portugal

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Entrevista ao jornalista Alexandre Cavalcante, Porto Alegre, Brasil

O momento tenso que o Brasil vive levou a conversa para alguns temas como o forte impacto da Covid-19 nos lugares mais pobres. As comunidades indígenas temem a sua extinção. Mais 200 pessoas, dos poucos serviços públicos de saúde, já faleceram pela epidemia. Nas favelas a população está a organizar-se para substituir os frágeis ou inexistentes serviços públicos.

Pereiro, onde as casas morrem com as pessoas!

O bairro do Pereiro foi o da minha criação, assim diria a minha mãe. A senhora Alice tinha uma mercearia no Largo dos Capuchos, mais conheci...