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segunda-feira, 25 de novembro de 2019

De bicicleta pelas aldeias avieiras


Porto na aldeia da Palhota, foto [e bicicleta] de Vítor Franco
Um passeio de bicicleta pode ter o privilégio de ser uma comunhão de desporto, cultura e contato com a natureza. Há um pequeno percurso que assim o é: ligar a aldeia de Caneiras ao Porto da Palha.
Percurso plano, fácil, ao longo do dique que protege povoações e terras das cheias que já quase desapareceram, perscrutarmos a fertilidade da terra e a infertilidade do rio Maior / Vala Real de um lado e do outro o Rio Tejo.
O percurso é hoje comum ao Caminho de Santiago pelo que oportunidades para uma boa conversa não faltam.
Crédito de foto: Associação de Amigos das Caneiras
Caneiras e Porto da Palha são algumas das aldeias avieiras da região e é sempre um prazer visitá-las e trocar uns dedos de conversa com as pessoas mais idosas.

Foto de Caneiras, crédito no site Associação de Amigos das Caneiras

Porto da Palha, Foto [e bicicleta] de Vítor Franco
As aldeias têm origem na migração dos pescadores da Vieira de Leiria que procuraram no Tejo o sustento que o mar bravio da costa Oeste lhes negava no inverno. Aqui chegavam contornando a costa de barco e subindo o rio ou transportando este em carroças. Aqui chegavam com “um pouco de quase nada”, convocados pelo sustento de um rio que lhes mataria a fome… Vivenciando no barco todas as necessidades humanas, o povo avieiro foi um exemplo de um querer humano ímpar…

Créditos de Foto: Maria de Lurdes Farinha, peça de teatro "Gente do nosso pano" de José Gaspar
Os parcos meios financeiros que foram conseguindo permitiram-lhes fixarem-se, em inícios do século XIX, na borda-rio em casas palafíticas e aldeias de forte carga identitária.
Neles se inspirou um grande escritor português: Alves Redol. Médico de formação, escritor de paixão, cedo partilhou as vivências de um povo pobre numa região a que foi dado o nome de Ribatejo. Entre lezírias inundáveis, um bairro mais “industrializado” e uma charneca de grandes propriedades o Ribatejo foi inspiração multifacetada para um escritor expoente do neo-realismo.


Capa de livro, editora Bertrand
Imbricado com a vida do povo, vivendo com ele como o fez na aldeia da Palhota para escrever Avieiros, Alves redol sofreu a repressão e a prisão fascista mas deixou-nos imensas estórias que fazem uma história maravilhosa dos povos, culturas e vivências do Ribatejo. Estas culturas plurais, que tornam o mito “toureiro / campino / forcado” uma minudência, podem ser recordados em viagens de bicicleta.
Aqui, o objetivo é convocar a vossa curiosidade para o passado e o presente. Documentários, fotos e links para sites ajudar-te-ão a um olhar de prazer e admiração.
Clique em ler mais e "delicie-se".
Vítor Franco



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A caminhada ou a corrida na natureza propiciam momentos prazerosos e úteis à saúde física e psíquica. O trail, palavra inglesa que se normal...