quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Para abrir o apetite. Canal du Midi 2

O Canal du Midi é uma excelente viagem para se fazer de bicicleta, de barco ou até a pé. Quem não puder, pode fazê-lo de carro mas fica privado de muita beleza.
Percorrer o canal é também uma visita à história dos cátaros e ao seu extermínio pelas invasões das cruzadas da igreja católica romana, à fuga de centenas de milhares de republicanos espanhóis dos assassinatos em massa feitos pelas tropas de Franco, à história e à beleza de Toulouse, Carcassonne, Séte...
Percorrer o canal é perceber como uma excelente ideia do século XVII pode ser hoje património mundial e um exemplo da proteção da natureza e do turismo sustentável.
Nas próximas publicações detalharemos as belezas...
À saída de Toulouse




O Canal passa por cima do rio






Outubro de 2021
Vítor Franco

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Canal du Midi 1

É a primeira vez que farei uma cicloviagem pós-verão. Há desafios novos: mais frio, chuva e vento. Também os parques de campismo reduzem ou fecham a atividade. Vou tentar recorrer à rede solidária de cicloviajantes warmshowers. Provavelmente precisarei de comprar uma boa tenda de trecking e um saco cama zero graus... Veremos...

Também há vantagens: há menos gente na estrada ou nos trilhos, assim como nos lugares turísticos. As cores outonais trazem outra beleza que um bom fotógrafo tiraria partido. Fraco fotógrafo limitar-me-ei a fotografar com Gopro e telemóvel mediano. 

A bicicleta já está a receber adaptações: uma bolsa de quadro impermeável e outra de volante tipo bikepaking. Falta um suporte dianteiro... Fiz uma uniformização de tudo quanto necessita energia para poupar em equipamentos, agora é tudo carregado por usb a partir uma powerbank 20 000... 

O percurso começa em Toulouse e seguirá próximo do canal até ao Mediterrâneo, depois subirei para norte, Montpellier, Nimes, Vers-Pon-du-Gard, Avinhon, aldeias em serras da Provença, descer para Arles e seguir para Marselha, com desvios para visitar lugares património mundial ou de interesse histórico, ambiental ou cultural, é o plano. Tudo dependerá do tempo (frio, chuva...)

Prometo uns vídeos interessantes...

A partir do dia 27 haverão notícias. Aqui ficam algumas fotos, por quem as sabe tirar.




Carcassonne (foto de autor desconhecido)

Vítor Franco

terça-feira, 7 de setembro de 2021

De bicicleta em Porto Santo, dia 2



Com um atraso mas cá vai.

A ilha tem mais atrativos do que o se pensa. É preciso fazer devagar e apreciar.  Reserva da biosfera da UNESCO desde 28 de outubro de 2020 tem características próprias em que a [falta de] água desempenha papel histórico.

De pouco ou quase nada resta dos fortes construídos para defesa da ilha, salva-se a ida ao Forte do Pico da Ilha do Porto Santo.

Podia fazer-vos um descritivo, hoje não eh eh eh…

Deixo só as fotos para vos aguçar o apetite…


















Vítor Franco







quinta-feira, 2 de setembro de 2021

30 km nas cidades - até os teimosos podem aprender!

Foto de Vítor Franco

A propósito de mais um atropelamento mortal de uma mulher, grávida, ciclista, publiquei há dias o meu apoio à redução de velocidade automóvel nas zonas residenciais para 30 km/h.

A publicação no facebook, recebeu impropérios, comentários pretensamente científicos, acusações de fundamentalista da bicicleta e outras atitudes desqualificadas a que não dou troco.

É preciso colocar o dedo em algumas feridas:

1.ª É preciso acabar com o conceito de que o carro é o símbolo do sucesso, que se pode levar até “debaixo da cama”.

2.ª É preciso acabar com o dogma que dá ao automóvel individual a única possibilidade de mobilidade, desresponsabiliza o transporte público e desqualifica o poder autárquico.

3.ª É preciso dizer aos urbanistas e presidentes de câmara, que quando projetaram vias rápidas dentro das cidades isso só deu errado, que esse paradigma deu em inúmeros acidentes mortais e exclusão das pessoas com mobilidade reduzida.

4.ª É preciso dizer que passam de teimosos a outro adjetivo pior quando – depois de tanta triste estatística, de tanta produção de conhecimento sobre como bem-fazer, de tanta experiência positiva concreta por essa Europa fora –, se teima em manter erros que se pagam caro.

Portanto:

1.º É preciso aplicar o novo paradigma de mobilidade, sustentável, fluente, eficaz, útil e para todas as pessoas, que proteja as crianças e as pessoas idosas ou deficientes. Uma terra para tod@s!

2.º É preciso que as autarquias e as Comunidades Intermunicipais assumam as suas responsabilidades políticas e legais. Se não o fazem passa ao despautério, ou compadrio com o loby económico e ideológico do automóvel, ou são mesmo incompetentes!

3.º É preciso confrontar a Rodoviária do Tejo que não responde às necessidades porque quer é o seu lucro privado. A Comunidade Intermunicipal e as Câmaras podem perspetivar uma empresa municipal 100% pública, como já acontece noutros lugares, com horários adequados e quantidade e qualidade de serviço!

4.º É preciso acabar com o péssimo ordenamento do espaço público e estrutura dos arruamentos nas localidades. As Câmaras Municipais têm de mudar a agulha e pôr-se a trabalhar, com ou sem aproveitamento dos fundos europeus disponíveis para isso!

Caras e caros amigos

A ciência e a vida concreta já provou: “Os automóveis não podem continuar a circular à velocidade habitual, se queremos diminuir o número de acidentes, a sua gravidade, a poluição provocada pelos motores de combustão”. É o que começou a acontecer em Paris este fim de semana!

Tem dúvidas? 65,8% dos acidentes são em arruamentos! Consulte o Relatório de Sinistralidade, de junho, da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária! Convido também à leitura clicando neste meu artigo sobre atropelamentos ou este co-relacionado com mobilidade urbana.

Como dizia o nosso amado poeta Luís de Camões:

“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Muda-se o ser, muda-se a confiança
Todo o mundo é composto de mudança
Tomando sempre, tomando sempre
Novas qualidades”

Cliquem aqui e ouça a linda interpretação do José Mário Branco.
Vítor Franco

Pereiro, onde as casas morrem com as pessoas!

O bairro do Pereiro foi o da minha criação, assim diria a minha mãe. A senhora Alice tinha uma mercearia no Largo dos Capuchos, mais conheci...