Manhã cedo apanho o barco da Porto Santo Line. O Lobo Marinho é um barco agradável com tripulação simpática. A época é baixa e leva pouca gente, eu gosto mais assim.
A pouco e pouco vejo desaparecer a ilha da Madeira e a sua
Ponta de S. Lourenço, local de bela caminhada. No horizonte o Ilhéu da Cal
clama pelo grito “terra à vista”! Chegado ao porto, de Porto Santo, observo a
saída de carros, camiões, motorizadas e gentes carregadas…
Deixo sair quase toda a gente, pego na mochila e desço. Tomo
o mini autocarro com destino à vila, perdão cidade, mas Vila Baleira de seu
nome. Desço na última paragem, observo… Idosos trocam conversa entre cigarros,
uma empregada espera clientes à porta do café, vejo o posto de turismo e
dirijo-me lá… O funcionário desentorpece, dá-me o mapa da ilha e pouco mais…
Procuro uma loja de bicicletas e alugo. Monto direto ao
Inatel.
Lugar calmo numa já calma cidade com nome de vila, o Inatel
fica às “portas” da praia da Calheta. Arrumo as coisas e dou um salto à praia de fama curativa.
O primeiro dia na bici, como lhe chamam os castelhanos, é
para descobrir a Praia do Zimbralinho, voltar à estrada de “gravel” e rumar ao
miradouro do Furado Norte, dali subir ao Pico do Espigão [uff, a bici ficou no
caminho que era subir “a pique”], voltar ao alcatrão com destino ao Pico Ana
Ferreira.
O acesso ao Zimbralinho estava cortado mas deu para uma boa “chapa”.
É uma praia muito pequena mas bonita.
O miradouro do Furado Norte, na arriba costeira de Morenos, é um local muito bem tratado com
umas vistas esplêndidas e com um bonito parque de merendas.
Do miradouro segui ao Pico Espigão. É um lugar muito
interessante. Trata-se de “forma de relevo alongado que chega aos 270 m” tendo
na sua “cumeeira um magnífico filão de rocha rara o mugearito”; um bocadito
mais velho que eu: mais de 12,5 milhões de anos… Lá de cima vê-se a ilha dos
dois lados.
Descendo o pico e tomando o alcatrão, segui à esquerda rumo
ao campo de golf. Continuando tens acesso a uma formação geológica, de
estrutura colunar prismática, a que chamam “Piano”. Segundo a descrição no
local “as rochas encaixantes são depósitos vulcanoclásticos e lavas submarinas
pertencentes à fase da montanha submarina”… A não perder!
É tempo de descer… Vai um mergulho na água quentinha na
praia do Combro?
Vítor Franco
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