quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Lago Como, no sopé dos Alpes a beleza de um lago e uma pequena cidade

Quem visita Milão ou o norte de Itália gostará de ir ao Lago Como. Um dos lagos mais fundos, 410m, da Europa é local de grande beleza e “senhor” de grandes mansões da burguesia europeia e de artistas de renome.
maps google
Bem pertinho da Suiça, a cidade de Como fica a 6 km da cidade de Chiasso [já em território suíço] o lago recebe o degelo dos Alpes e nele viajámos em carreiras de transporte público regular de custo acessível.









Já conheciam o helicóptero que amara?



Da cidade de Como podemos ainda aproveitar o funicular que sobe a Brunate e dali apreciar a beleza das paisagens alpinas.

Da estação central de Milão apanha-se o comboio para Como e nele pode-se voltar ao fim do dia. Atenção: é sempre preciso validar o bilhete mesmo que comprado na bilheteira da estação pois as multas podem ser pesadas. Sabem o que nos aconteceu?
Eu e a minha mulher tínhamos nos esquecido de validar o bilhete na viagem de regresso. A dada altura dá-me vontade de urinar e vou ao WC. Aparece-lhe o revisor que lhe diz que o bilhete não estava validado. Está, não está, está, não está (…) até que a Luísa lhe diz que o marido tinha ido ao WC [no andar superior]. Quando saio do respetivo o revisor estava à porta, pede-me o bilhete e diz-me que o bilhete não estava validado. Está, não está, está, não está [deve-se ter repetido o mesmo filme ☺] até que o revisor me pergunta:
- Você é o marido da portuguesa do andar de baixo?
- Sim. Respondi.
Respirou fundo e mandou-me para o lugar. Pronto, safámos-nos da multa ☺
Um dos melhores truques quando estás em viagem e cometes alguma infração é fazeres-te do “mais burro possível”, quanto menos pareceres compreender melhor e teimares sempre ☺… Digo eu…
Em Como tentei visitar o “Tempio Voltiano” dedicado a Alessandro Volta, o físico inventor da pilha [a tensão em nossa casa é de 220v, percebes a ideia?] mas estava fechado.

De realce o memorial à resistência europeia e às vítimas do nazi-fascismo, fuziladas ou mortas em campos de concentração.



A Catedral de Como, construída no século XV, de estilo gótico tardio tem uma fachada muito interessante sendo de destacar a “contradição” entre o seu estilo e o do Broletto e sua torre. Mas tudo muito bonito.



Clica aqui e vê uma descrição detalhada da catedral já traduzida em português.

Feita a visita ao pequeno centro histórico foi tempo de usar o mercado de rua e comprar comidinha.




Era preciso recuperar energias e calores. É que o tempo estava fresquinho ☺


segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Não tenhas receio de viajar sozinho... Anda arranca!

Fazer o Caminho de Santiago em “modo solitário” foi uma agradável experiência.
Ao fazê-lo tens de planear, prevenir, pensar… Ganhas autoconfiança, valorizas o lado positivo das coisas e no fim chegas à conclusão de que não é difícil. A tua autoestima fica mais forte!
Mas fazer o Caminho a solo não quer dizer que estejas sempre sozinho, se tiveres mente e espírito aberto, seres alegre e fraterno vais encontrar um vasto leque de pessoas interessantes.
"Deixa que elas se sentem contigo."

Também podemos encarar a nossa vida assim e, estou convencido, se o fizermos ela correrá melhor!
No Caminho encontrei pessoas muito interessantes:
- Um grupo de jovens que me disse estar a fazer o Caminho em sentido inverso com destino a Jerusalém para apelar à paz – é com pena que direi que é caminhada ingrata – Israel não cederá à vontade do grupo e deixará de oprimir os palestinianos;

- Um grupo de catalães adeptos [como eu] do direito à independência da Catalunha, pessoas alegres e cultas com quem travei boas conversas e ainda hoje recordo as suas palmas quando subia ao Alto de S. Roque;

- Um casal de jovens, de Burgos, com quem brinquei na temerosa subida de Cebreiro e que chegados ao Alto se juntaram numa sopa galega comigo (..) e o Li, um caminhante chinês;


De todos e todas ficaram boas recordações, de momentos efémeros é verdade, mas até a nossa vida individual é efémera…
Viajar a solo é um desafio, enfrenta-o!

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Ah Ah Ah quem não gosta de beijos… Em Milão...

Até hoje viajei três vezes a Itália. A primeira fiquei só em Roma, a segunda fiz parte do norte italiano e a terceira a região da Toscânia. Calculo que irei pelo menos mais três, para fazer as Dolomitas, o sul e as ilhas… Haja dinheiro e saúde…
Uma conversa de hoje com uma amiga suscitou-me a contar algumas experiências de Itália. Este post tem apenas algumas notas.
A pesquisa começou com uns meses de antecedência e alguns sites como http://www.keviagem.com  http://www.viajenaviagem.com/ http://www.joaoleitao.com/viagens/italia/ foram ajuda. Aí ficou claro a opção: https://www.airbnb.pt para dormir e http://www.trenitalia.pt/ para me mover. Esta viagem durou 12 dias, com avião pré comprado em três meses para Milão e volta de Veneza depois do carnaval.
Algumas opções que uso para viajar mais barato passam por comprar pela net com bastante antecedência (eu recomendo fazer cartões de crédito virtuais de utilização única através do mbnet ou na app Mbway), não dormir em hotéis mas sim em hostel ou quarto alugado no airbnb que costuma ter a vantagem de poderes utilizar a cozinha da pessoa que te hospeda.
A opção foi fazer: Lisboa-Milão, visitar Milão, Milão - Turim - Milão, Milão - Lago Garda - Milão, Milão - Verona - Vicenza, Vicenza - Pádua - Vicenza, Vicenza - Veneza Mestre, Veneza - Lisboa.
Foyer do La Scala, quase o único lugar permitido a fotografar
Imagem daqui: http://www.limelightmagazine.com.au/news/la-scala-tells-casually-dressed-go-hm 
Eu diria que Milão é a cidade da burguesia italiana: um dos sonhos era assistir à ópera na “sua Meca” o La Scala, de inspiração neoclássica, de Giuseppe Piermarini, – preços super proibitivos – a opção foi pagar 7 euros para ver o museu e poder entrar num dos camarotes só para olhar e “polícia” atrás para não fotografar, a cidades dos preços híper inflacionados, da ostentação da riqueza extrema…


Na linda Galeria Vítor Emanuele II podes comprar um casaco por três meses de salário 

mas também podes ir pisar e rodar sobre os testículos do touro que te irá dar sorte e saúde 😉

Na linda Piazza del Duomo podes visitar uma linda Catedral e subir aos seus telhados, imaginas centenas de pessoas andando pelos telhados? De estilo gótico conta com uns 600 anitos…
Mas valeu, com meses de antecedência comprei entrada para visitar o fresco a “Última Ceia” que o genioso Leonardo da Vinci pintou no refeitório dos frades do convento de Santa Maria Delle Grazie; 

um bilhete comprado via net (Clique aqui) com dois meses de antecedência para estar 15 minutos a admirar a obra do mestre, 15 minutos depois rua!
Clique na imagem e veja na wikipédia informações sobre esta obra
Aqui podes ver um filme explicativo da obra


Milão é também o lugar da Pinacoteca de Brera (www.pinacotecabrera.org) uma visita imperdível e um dos meus quadros favoritos “O Beijo”. Ah Ah Ah quem não gosta de beijos…
Clique na imagem e veja o quadro em alta definição.
 O Beijo, de Francesco Hayez

sábado, 22 de julho de 2017

O glúten e as surpresas picantes :)

Sendo intolerante ao glúten, a minha viagem de bicicleta para Santiago de Compostela colocava-me algum receio. Com o tempo foi-se esvanecendo. As surpresas agradáveis surgiram a pouco e pouco.


Logo no Hostel, onde fiquei a primeira noite em Burgos, preparam-me um jantar de vegetais cozidos e salada, dois pratos cheios de coisas boas e fortificantes. Quem pensa que comer vegetariano é passar fome está bem enganado, aquele foi um bom exemplo.
Foi em Hornillos del Camino que comecei a conhecer as belas sopas do norte do país irmão. Uma sopa que levava feijão, grão, batata, tipo guisado, saborosíssima. Não só saborosa mas também com excelentes capacidades de reposição de hidratos de carbono e energia.
O prazer foi maior porque fui atendido de forma bastante simpática por uma linda mulher que me fazia tirar os olhos do prato para mandar uns mirones. É claro que a minha beleza também produzia os seus efeitos, pois, nas moscas 😉 Bem, passada esta “boca machista” volto à gastronomia. O preço do almoço não chegou a 7 euros.

Astorga foi uma excelente surpresa em todos os aspectos, ou quase. Tinha ajudado dois ciclistas galegos, com fitas Aptonia e pomada analgésica; ao chegar a Astorga ofereceram-me almoço mas na pizaria onde queriam ir não havia sem glúten. Quiseram levar-me a outro lado mas disse-lhes que não. Encontro “La cocina de la Abuela”, isto deve ser bem penso. Não me enganei. Ainda antes de escolher meto conversa com um casal de namorados. Não queria empatar a “marmelada” mas é sempre bom perguntar conselhos aos locais. Dito e feito, comi o que eles escolheram, um excelente prato de enchidos e uma daquelas sopas que ficamos com força para subir paredes, esta era uma espécie de tripas à moda do Porto.






Ou quase porquê. Sem pó para hidratar espero mais de duas horas sentado à porta de uma loja de bicicletas: Não queria arriscar pedalar sem estar prevenido,o calor era muito e esperava-me ainda uns bons kms. Abriu às 17.30h, grande sexta dormiu o homem!!!
Pergunto-lhe… Não tinha. Mandou-me para uma ervanária que afinal até à hora de almoço estava aberta. São as surpresas que fazem a graça da viagem, lol. Compro 4 tubos de isostar e sigo viagem.
Outra refeição digna de nota foi num hostel em Rabanal del Camiño. Um excelente, fausto e variado pequeno almoço composto de cereais sem glúten, frutas, pão sem glúten, doces variados, leite, café, queijo caseiro, enchidos, iogurte… Tratei-me bem...


Uff foi difícil comer aquilo tudo, mas como tinha muitos kms pelo caminho lá fiz o esforço 😊

Outra excelente surpresa foi em Portomarín onde passa o “nosso” rio Miño. Cheguei cerca das 14horas, o calor era muito e já tinha uns bons Kms nas pernas. Subo à pequena cidade, vou pela rua central onde se fixam muitos restaurantes(…) vou pedalando devagar (…) às tantas começa um cá um cheirinho a pizza. Rogo umas pragas à dermatite mas vou-me aproximando, “pizzas sem glúten” dizia. Parei logo a bike e sentei-me logo numa mesa. Um jovem funcionário vem ter comigo e peço uma das grandes. Pergunta-se o que beber… Respondo-lhe: se tivesse também cerveja sem glúten é que sabia bem! Claro que sim, respondeu. Venham fresquinhas...




Apeteceu-me dizer: vivo num país atrasado. Aquelas cervejinhas e a pizza souberam-me muito bem, há dois anos que não lhes tocava…

O moço ainda voltou a perguntar: nem a Superbock tem? Deve ter ficado mesmo convencido que vivemos num país atrasado… Talvez não se tenha enganado muito!

Duas belas trutas do rio foi o meu jantar em Herrerias. Decidi acompanhar com um bom tintinho. Bem satisfeito fiquei à conversa com as moças, elas falavam uma espécie de língua mista com calão local, era uma mistura de galego, castelhano e palavras da zona do Bierzo. Foi um divertimento, até porque já conhecia algo das suas tradições e aspirações. Por duas vezes representei o Bloco de Esquerda no congresso do Bloco Nacionalista Galego e no Dia da Pátria Galega e nos encontros e jantares das representações internacionais já tinha tido falado com eles. Pessoas interessantes...

Pronto, tempo de retomar o Caminho.

Aqui a bike foi ao banho, mas eu safei-me :) 
Em Melide foi a última noite antes de Santiago. Mais uma bela sopa, um bife gigante. Aproveitei para lavar a roupa na máquina da pensão. A surpresa foi matinal, acordo com gritos e gemidos, no quarto ao lado havia acção intensa. Coitado do ciclista 😊 Nada a fazer, toca de levantar e começar a preparar as mochilas e equipamentos. Ao pequeno almoço desvenda-se o segredo: uma senhora dos seus 40 anos senta-se na mesa de outra. A companheira ralha pelo tempo que tinha estado à espera dela, mais um pouco um individuo escapa-se furtivamente por uma porta; tinha havido encontro “imediato do terceiro grau” 😉por certo abençoado por Santiago. 👍

O Caminho tem destas coisas, as coisas da vida, as coisas das pessoas!

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Museu de Marinha, aos Jerónimos, Belém, Lisboa. A não perder.

Camarinha do Rei
O regresso das entradas gratuitas nos museus foi mais uma pequena conquista. 
O museu de Marinha, nos Jerónimos, Lisboa, merece uma visita. Acresce que ali ao lado está o Planetário que é também uma visita a não perder.
Fiquemos hoje pelo museu.
Nele poderá observar barcaças reais recuperadas e em tamanho real, belíssimas miniaturas que detalham navios históricos e feitos de aquém e além mar.
O museu merece a sua visita, não perca. Mais informações em http://ccm.marinha.pt/pt/museu/sobrenos/omuseu
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​"Por decreto de 22 de julho de 1863, foi criado o Museu de Marinha, por iniciativa de D. Luís. O pai deste monarca, o rei-consorte D. Fernando II era bastante interessado por questões culturais, tendo certamente procurado incutir esse gosto nos seus filhos. O seu filho primogénito, D. Pedro V, demonstrou, no seu curto reinado, um elevado interesse pelas questões culturais e artísticas. D. Luís, como filho segundo, seguiu a carreira das armas, como oficial de Marinha. Porém, a morte prematura do irmão levou-o a abandonar essa carreira, tornando-se rei. O seu profundo conhecimento da realidade naval, por um lado, e a elevada cultura que possuía, por outro, permitem perceber a criação do Museu de Marinha durante o seu reinado.
O Museu deveria ficar instalado junto da Escola Naval e teria uma função essencialmente didática. Para constituição do espólio inicial do Museu de Marinha foram recolhidos os modelos de navios do Palácio da Ajuda, que D. Maria II doara à Academia Real de Guardas-marinhas. A Coleção deveria ainda ser enriquecida com peças da própria Escola Naval que já não eram usadas.
Em 18 de abril de 1916 ocorreu um incêndio na Sala do Risco, onde funcionava a Escola Naval. O fogo consumiu grande número de peças do espólio museológico. O Museu manteve-se em funcionamento junto da Escola Naval, exibindo aquilo que restou do espólio. Entretanto, foi conhecendo diversas designações. Em 1934 chamava-se Museu Naval Português e continuava a funcionar integrado na Escola Naval. Data deste mesmo ano a mais antiga referência à intenção de deslocar o museu para os Jerónimos (...)













Pereiro, onde as casas morrem com as pessoas!

O bairro do Pereiro foi o da minha criação, assim diria a minha mãe. A senhora Alice tinha uma mercearia no Largo dos Capuchos, mais conheci...