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sábado, 30 de outubro de 2021

“ABC” de uma viagem em bicicleta pelo Canal du Midi

A bicicleta e o canal

1. O que é o Canal du Midi?

Texto de abordagens sintéticas, pois sou adepto da pesquisa de cada pessoa; a pesquisa e a preparação fazem parte da descoberta e do interesse em construir a viagem que mais se gosta. Os links dão a complementaridade necessária. Este é o texto que enquadra o essencial da viagem.

Construído no século XVII o Canal du Midi é uma extraordinária obra, património mundial, que é hoje uma referência turística e ecológica do sul de França.

Percorrer o canal é também uma visita à medieval história dos cátaros e ao seu extermínio pelas invasões das cruzadas da igreja católica romana. É também trazer à memória a tragédia que foi o ditador Franco de Espanha, a fuga de centenas de milhares de republicanos espanhóis homenageados na histórica vila circular de Bram onde existiu um campo de acolhimento.

São imensos os factos históricos que merecem visita e conhecimento, mas também a boa gastronomia com o vinho a acompanhar os pratos típicos. O cassoulet é imperdível, de preferência acompanhado de tinto! Na “batalha” reivindicativa da lenda que deu origem ao prato opõem-se Castelnaudary [o coração da construção do Canal du Midi com o seu grande lago: a“Grande Tigela”] e a líndissina Carcassonne em cujo castelo fiz um vídeo.

O Canal pode ser percorrido como quiser: a pé, de bicicleta ou de barco. São muitos os parques de campismo, os barcos hoteleiros, as zonas de apoio… Tudo depende do gosto, da possibilidade económica e física e até do conceito de viagem de cada pessoa. As muitas hiperligações que faço ajudarão as escolhas e cada pessoa definir a sua viagem.

Carcassonne, património mundial

2. Beleza e percurso.

A região do Sul de França é muito interessante. Ali se cruzam civilizações, disputas económicas e religiosas, línguas e culturas. Já ouviu falar na língua occitana, da Occitania? E no pastel?

A religião cátara, apesar de extinta, ainda hoje marca presença na monumentalidade e na cultura. Descubra porque os cátaros eram vegetarianos e defendiam “a terra a quem a trabalha”, sendo oponentes da propriedade privada. Os cátaros, massacrados pelas cruzadas da igreja católica romana, reagiram contra a inquisição e vingaram-se em Avignonet.

A viagem começou em Toulouse, para onde fui de avião, seguindo-se lugares muito interessantes até Castelnaudary onde a bicicleta avariou e tive de ir de comboio para a cidade património mundial Carcassonne onde foi reparada. Prosseguindo os trilhos (…) perto da aldeia de La Somail [que tem uma das melhores e mais famosas livrarias de livros antigos do mundo] fiz um desvio para norte, para Minerve – uma das aldeias mais belas da França. Após dois dias em Minerve, retomei o canal e fiz novo desvio, agora a sul, para uma ida à Abadia de Fontfroide. Após visitar a abadia segui então para Narbonne onde dormi; a vinda de Cesseras / Minerve para Fontfroide e depois Narbonne até Bézier foram os dias mais duros: vento contra, chuva e frio. A partida de Narbonne fez-se, à chuva, pelo Canal de Robine; obras no Canal obrigaram-me a voltar atrás e, debaixo de fome e chuva, apanhei a estrada para Cuxac-d’Aude onde uma francesa me ofereceu comer [ver relato no face]. Retomei o Canal du Midi em Capestang e daí até Bézier. Aprecie Bézier de longe, junto às lindas e famosas 9 Écluses de Fonseranes.

Passar entre o Mediterrâneo e a Lagoa de Thau é um privilégio de contato maravilhoso com a natureza e as milhares de aves, em particular flamingos. Chegar a Sète é chegar à meta, a um grande porto e uma cidade dinâmica.

Oficialmente, o Canal du Midi termina na lagoa e em Sète. Eu segui para a linda vila fortificada de Aigues Mortes e fiquei em Vauvert. Depois foi comboio: Nimes, Arles, de bicicleta subindo à bonita Les Baux-de-Provence e ao sensacional Carrieres de Lumieres e depois comboio de Arles [onde, no coliseu romano, gravei este vídeo para o jornal Mais Ribatejo] a Marselha com volta de avião…

Vista para Béziers

3. Porquê a opção de fazer em bicicleta?

A bicicleta permite uma liberdade de movimentos e acesso a locais só assim possíveis. Ela implica outra logística, outros equipamentos, mas a solução isso ganha-se com a prática.

A chegada implica levar a bicicleta desmontada [o Edu mostra aqui uma superproteção] em caixa e remontar à chegada. O aeroporto de Toulouse, que tem voos diretos de Lisboa, é pequeno e simples – mas fiquei com a noção de que as descargas não funcionam bem: a minha bicicleta não aparecia nas bagagens fora de formato e foi descoberta por um funcionário num elevador ??!!

Para o acesso à cidade rosa aconselho o metro de superfície, o Tram, que parte logo em frente ao aeroporto e tem máquinas de compra de bilhete.

Para Lisboa voltei de avião de Marselha, também um aeroporto de fácil acesso a partir da estação ferroviária de Vitrolles Aéroport e logo na estação a ligação rodoviária gratuita pela Navette Aeroport. No próprio aeroporto há serviço de bagagens, a Safe Bag, que vende a caixa de cartão para a bicicleta a 25€. Por precaução leva um rolo de fita adesiva larga

Comer é para mim um desafio devido à intolerância ao glúten, mas pode-se comer bem pagando 5 a 10€ a mais do que seria em Portugal. Para dormir eu partilhei a rede de ciclistas viajantes warmshowers e hotéis baratos. Apesar de levar tenda não a usei, até porque as noites estavam frias e algumas noites choveu.  

 Maison Carrée, templo romano, Nimes

4. Os percursos, links os receios.

Descrevo cada lugar em particular, ver os links no fim, por certo aumentará o seu prazer de descoberta. Os muitos links, as fotos e vídeos por certo cativarão a sua visita!

Até Sète demorei 10 dias, viajando nas calmas, em segurança, conhecendo os locais e aprendendo a sua cultura.

O mundo não é tão perigoso como se pensa, há muitas pessoas solidárias que se oferecem para ajudar ou até só conversar. Quando, por cá, as pessoas me abordam falam quase sempre do medo de viajar sozinho por lugares desconhecidos, o receio de “acontecer alguma coisa”, a insegurança de não se ter tudo definido à partida. Amig@s, não tenham receio.

Em toda a Europa há serviços públicos de saúde que podem usar com o também gratuito Cartão Europeu de Seguro de Doença. É claro que é preciso ter os cuidados que também aqui devem ser usados.

Eu faço de cada viagem uma aprendizagem, o prazer de conhecer. Fica aqui o desafio: experimente viajar em bicicleta!

Bicicleta avariou em Castelnaudary, comboio até Carcassonne







Publicação 1 chegada a Toulouse;

Publicação 2, belezas em Toulouse;

Publicação 3, como bem se faz a ligação ao rio;

Publicações 4, 5 e 6 o a beleza do Canal;

Publicação 7, a linda Carcassonne;

Publicação 8, imagens que parecem pinturas;

Publicação 9, de Carcassonne a Cesseras com almoço em Trèbes, aldeia das flores;

Publicação 10, das grutas, canyon e aldeia medieval de Minerve;

Publicação 11, da aldeia de Le Somail à abadia de Fontfroide;

Publicação 12, da chuva e da lama ao reavivar da “Liga dos Justos”;

Publicação 13, chegada a Sète, os percursos, o fim oficial do Canal du Midi

Publicação 14, espetaculares vistas à beira mar nas ciclovias de l’Hérault;

Publicação 15, a cidade romana de Nimes;

Publicação 16, na arena romana de Arles, do mitraísmo romano às touradas de hoje;

Publicação 17, a bela Arelate;

Publicação 18, Abadia de Montmajour, BTT nos moinhos com a equipa de Fontvieillie, subindo a Les Baux-de-Provence e a sensacional #carrieresdelumieres;

Publicação 19, a despedida em Marselha;

Publicação 20, do Canal du Midi para o jornal Mais Ribatejo.

 

Fim de viagem a 10 de outubro de 2021.

Vítor Franco

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Para abrir o apetite. Canal du Midi 2

O Canal du Midi é uma excelente viagem para se fazer de bicicleta, de barco ou até a pé. Quem não puder, pode fazê-lo de carro mas fica privado de muita beleza.
Percorrer o canal é também uma visita à história dos cátaros e ao seu extermínio pelas invasões das cruzadas da igreja católica romana, à fuga de centenas de milhares de republicanos espanhóis dos assassinatos em massa feitos pelas tropas de Franco, à história e à beleza de Toulouse, Carcassonne, Séte...
Percorrer o canal é perceber como uma excelente ideia do século XVII pode ser hoje património mundial e um exemplo da proteção da natureza e do turismo sustentável.
Nas próximas publicações detalharemos as belezas...
À saída de Toulouse




O Canal passa por cima do rio






Outubro de 2021
Vítor Franco

terça-feira, 7 de setembro de 2021

De bicicleta em Porto Santo, dia 2



Com um atraso mas cá vai.

A ilha tem mais atrativos do que o se pensa. É preciso fazer devagar e apreciar.  Reserva da biosfera da UNESCO desde 28 de outubro de 2020 tem características próprias em que a [falta de] água desempenha papel histórico.

De pouco ou quase nada resta dos fortes construídos para defesa da ilha, salva-se a ida ao Forte do Pico da Ilha do Porto Santo.

Podia fazer-vos um descritivo, hoje não eh eh eh…

Deixo só as fotos para vos aguçar o apetite…


















Vítor Franco







terça-feira, 4 de maio de 2021

De bicicleta em Porto Santo, dia 1

Manhã cedo apanho o barco da Porto Santo Line. O Lobo Marinho é um barco agradável com tripulação simpática. A época é baixa e leva pouca gente, eu gosto mais assim.


A pouco e pouco vejo desaparecer a ilha da Madeira e a sua Ponta de S. Lourenço, local de bela caminhada. No horizonte o Ilhéu da Cal clama pelo grito “terra à vista”! Chegado ao porto, de Porto Santo, observo a saída de carros, camiões, motorizadas e gentes carregadas…

Deixo sair quase toda a gente, pego na mochila e desço. Tomo o mini autocarro com destino à vila, perdão cidade, mas Vila Baleira de seu nome. Desço na última paragem, observo… Idosos trocam conversa entre cigarros, uma empregada espera clientes à porta do café, vejo o posto de turismo e dirijo-me lá… O funcionário desentorpece, dá-me o mapa da ilha e pouco mais…

Procuro uma loja de bicicletas e alugo. Monto direto ao Inatel.

Lugar calmo numa já calma cidade com nome de vila, o Inatel fica às “portas” da praia da Calheta. Arrumo as coisas e dou um salto à praia de fama curativa.

O primeiro dia na bici, como lhe chamam os castelhanos, é para descobrir a Praia do Zimbralinho, voltar à estrada de “gravel” e rumar ao miradouro do Furado Norte, dali subir ao Pico do Espigão [uff, a bici ficou no caminho que era subir “a pique”], voltar ao alcatrão com destino ao Pico Ana Ferreira.

O acesso ao Zimbralinho estava cortado mas deu para uma boa “chapa”. É uma praia muito pequena mas bonita.

O miradouro do Furado Norte, na arriba costeira de Morenos, é um local muito bem tratado com umas vistas esplêndidas e com um bonito parque de merendas.


Do miradouro segui ao Pico Espigão. É um lugar muito interessante. Trata-se de “forma de relevo alongado que chega aos 270 m” tendo na sua “cumeeira um magnífico filão de rocha rara o mugearito”; um bocadito mais velho que eu: mais de 12,5 milhões de anos… Lá de cima vê-se a ilha dos dois lados.

Descendo o pico e tomando o alcatrão, segui à esquerda rumo ao campo de golf. Continuando tens acesso a uma formação geológica, de estrutura colunar prismática, a que chamam “Piano”. Segundo a descrição no local “as rochas encaixantes são depósitos vulcanoclásticos e lavas submarinas pertencentes à fase da montanha submarina”… A não perder!

É tempo de descer… Vai um mergulho na água quentinha na praia do Combro?

Vítor Franco

terça-feira, 6 de abril de 2021

Conversas descontraídas ou formações bicicletas / mulheres / reutilização / logística / férias / família / aventura


Informação de https://cicloda.cicloficina.pt 
WEBINARS CICLODA
A CICLODA apresenta o ciclo de webinars BICICLETAS E... a realizar entre 8 de Abril e 17 de Junho de 2021.
Serão seis conversas temáticas e descontraídas com as pessoas convidadas, e abertas à participação do público.
De 15 em 15 dias haverá um webinar, sempre às 18h30 e com a duração de uma hora, transmitido online.
Este ciclo é co-organizado pela CICLODA e Câmara Municipal de Lisboa, com o apoio Velo-City 2021.

1º evento: https://www.facebook.com/events/1205595209872858/ 
BICICLETAS E... MULHERES

08 ABRIL 2021 | 18H30

MARIA CANELHAS - FEMINA

ANA REGEDOR - RODA DOS VENTOS

PATRÍCIA MELO - CICLISTA EXPERIENTE

GIULIA GALLORINI - CICLISTA PRINCIPIANTE

MODERAÇÃO

MICHELE MAMEDE - JORNALISTA

quarta-feira, 17 de março de 2021

Cicloviagem - uma nova revista, bonita, de qualidade gráfica, bons conteúdos e gratuita


Experiências de viagens, testemunhos, belas fotos, alimentação, conselhos para iniciantes...
A revista apresenta-se assim:
"Somos uma revista em movimento.
O nosso objetivo é disseminar um tipo de turismo e vida alternativa onde interagimos de forma responsável e consciente com o meio ambiente e as pessoas que o habitam.
As viagens de bicicleta como forma de turismo mas também de vida.
Procuramos mostrar e aproximar o leitor das diversas formas de pedalar pela mão dos próprios viajantes, contando histórias, mostrando fotos, dando conselhos ou ilustrando de alguma forma a experiência do ciclista.
A periodicidade:
A revista terá três edições anuais publicadas a cada quatro meses em formato digital e será totalmente gratuita.
Gestão:
Será autogerenciado e colaborativo. Qualquer pessoa que desejar participar pode enviar seu material para ser considerado para publicação.
Difusão:
Será divulgado de forma gratuita e gratuita, podendo ser publicado em redes sociais, páginas da web e até impressos."
Parabéns à equipa!
Vítor Franco


Pereiro, onde as casas morrem com as pessoas!

O bairro do Pereiro foi o da minha criação, assim diria a minha mãe. A senhora Alice tinha uma mercearia no Largo dos Capuchos, mais conheci...