quinta-feira, 23 de maio de 2024

Via da Prata #4


Hoje foi mesmo a doer, 69,5km sempre debaixo de um sol inclemente. Eu sabia ao que vinha, estava avisado e estudei o que devia fazer. Parti com 2,5l de água e enchi as garrafas várias vezes. Saí o mais cedo possível e decidi seguir pela estrada nacional 630, que tem mais ciclistas que automóveis. Parei em cada bomba de gasolina, em algum lugar com café, por vezes só à sombra para comer, descansar ou urinar. É aqui que entra a história muçulmana que é nem mais nem menos do que uma regra de higiene passada para regra religiosa para obrigar as pessoas a cumprir. À água somaram-se 4 géis, 4 isostar e 2 barrigas endurance. Mais três cafés...
A última subida antes de Cáceres, 494m é uma coisa que costumo fazer à vontade, foi de penar. Quando avistei a cidade deu-me uma "vineta" que dei em sprintar, qual Pogačar.
Tomado que foi o divinal banho, comer e pôr a roupa a lavar. Depois foi uma pequena visita pela cidade. Diz a Wikipédia: "Cáceres é uma cidade na região de Estremadura, no oeste de Espanha. Fundada pelos antigos romanos, mantém vastas provas da subsequente ocupação por diferentes culturas. 

O centro histórico, Ciudad Monumental, inclui uma mistura de arquitetura gótica e renascentista, com ruas medievais calcetadas, casas fortificadas e palácios. Cercada por muralhas mouriscas do século XII, tem ainda cerca de 30 torres, algumas ocupadas por cegonhas que aí fazem os ninhos."
Esta cidade património mundial merece a vossa visita.

"Está na hora da caminha/ vamos lá a dormir/ e lá fora as estrelas/ brilham a sorrir."
Amanhã vou à massagem, depois um percurso pequeno...
#viadaprata

quarta-feira, 22 de maio de 2024

Via da Prata #3


Hoje era para vos contar porque nestas viagens sigo a regra muçulmana da mão impura e da mão pura.
O facto de Mérida estar a fazer a sua festa romana anual levou-me a misturar com os residentes que se abrilhantam com roupas de cores vivas e com orgulho na sua história; centro aqui este apontamento.
Capital da província romana da Lusitânia, ou também dos visigodos, tem um muito bem preservado teatro romano, um templo a Diana, arcos, estátuas, colunas, "uma ponte de 792 metros que atravessa o Rio Guadiana, faz a ligação à Alcazaba, uma fortaleza islâmica do século IX construída sobre as muralhas romanas". Acima de tudo a cidade e o seu povo cultivam a memória, a gastronomia romana, os trajes, as lutas, as lendas...A crónica de hoje teria de se focar nesta valorização positiva e plural da sua cultura e história...
Por terras dos atuais lusitanos, pululam festas ditas medievais, pouco mais sendo do que eventos que se replicam comercialmente pelo país. A história e a cultura são diminutas em feiras que mais parecem produtos comerciais prontos a comer pelas e pelos cidadãos... Enfim...
A crónica regista alguns momentos deste meu convívio de final de dia.

Fica a sugestão de se perderam por este lugar... Podereis trazer merenda, descansar nos enormes e bonitos jardins que abrançam o Guadiana...
Nota positiva final para uma banca pela defesa da igualdade da mulher e contra a violência sobre esta...
Hoje foram mais 65km, amanhã talvez mais um pouco por motivos que amanhã partilharei... Inté...
#viadaprata

terça-feira, 21 de maio de 2024

Via da Prata #2


Hoje foram só 68km. Comecei por passar na Ribeira da Víbora para visitar o Castelo das Torres. A víbora, quando me viu fugiu em alta velocidade; acho que ela se lembrou da batalha de Aljubarrota onde 100 portugueses mataram 100.000 espanhóis...
Bem, a história do castelo reza assim: "No antigo Baldío de Calilla encontram-se as ruínas do Castillo de las Torres, uma casa-forte construída no final da Idade Média cuja função ou origem se desconhece. Preserva parte da sua estrutura, composta por três torres de base circular e diversas muralhas. A sua localização é única, perto do riacho La Vibora e da estrada que liga Monesterio a El Real de la Jara - o antigo Caminho de la Plata -, estando perto dos limites da vizinha Andaluzia".
Talvez a "Via da Prata, que deve a sua origem a um conjunto de estradas romanas que ligavam o sudoeste ao noroeste da península", tenha tido neste castelo um lugar de controlo e portagem, não sei...

O trajeto foi bem mais amigável do que ontem. Fui tirando fotos às vacas... No meio do nada avisto uma pessoa, pedalo e encontro uma bela mulher. Pus-me logo a pé, ofereci água e um chocolate. É francesa e vive em Nantes, conversa puxa conversa e fomos caminhando e conversando. O meu domínio do francês ainda dá para dialogar e é sempre bom obrigar o cérebro a ir buscar as palavras que estão no fundo do baú. A bela senhora (...) bem, na realidade (...) já tinha 64 anos, 2 filhos, 4 netos, era menos feia do que eu... Bem, espero que quem esteja a ler não estivesse já com pensamentos libidinosos... Mas, a senhora gostou do chocolate...
Bem... Retomo a pedalada que era hora de almoço. Chego às 12:30 a um restaurante de Fuente de Cantos, mas, uff, a cozinha ainda não estava aberta... Bem, pela terceira vez comi batatas fritas com dois ovos e um bife...
Pronto, já escrevi muito . Cheguei a Zafra, estou no albergue e agora vou dar banho à bicicleta...
#viadaprata

segunda-feira, 20 de maio de 2024

Via da Prata #1


Primeiro dia: Sevilha a El Real de la Jara, 83 km com o belo equipamento dos Desafios Positivos D+ para enfrentar o desafio.
Primeiro, um pedido: alguém sabe porque é que o relógio sai do track do percurso? Será porque este é muito grande? Só registou contínuos os primeiros 43km...
Primeira impressão: pedalar no "deserto". Uff, são dezenas de km sem ver ninguém, é só coutadas privadas de caça e agricultura; Kms e Kms quase sem árvores. Sem árvores não há pássaros - até às águias estão recolhidas
Primeira experiência de bicicleta gravel: a minha verdinha [que troquei com a de estrada] dá muito mais agilidade do que a de BTT. O facto de não trazer alforges também ajuda. Tem algumas desvantagens: o pneu é mais fino e tem menos rasto, portanto agarra menos na terra. Subir só com o dito cujo no selim bem no lugar, se o levanto o pneu traseiro perde logo aderência e derrapa. É também mais inseguro a travar. Consequência, calma leão, descidas "a abrir" nem pensar, emoção zero - cuidados maiores. Uff...

A manhã foi muito quente, depois esta coisa de subir e descer e subir e descer sem poder aproveitar a embalagem é uma chatice e mais cansativo... Mas pronto. Comi um bom almoço em Castilblanco de los Arroyos e bebi uma cervejinha Estrela Galizia sem glúten. Comer sem glúten é sempre uma dificuldade, pelo menos na cerveja a Espanha dá "bigodes" a Portugal.
A tarde foi mais fresca que eu falei com o S. Pedro. Ah... O roteiro diz" antes de Almadén de la Plata tem uma subida abrupta, mas curta, ao Alto del Calvario (554 m), onde se encontra um miradouro da Serra Norte de Sevilha. Com altas temperaturas, o seu nome “Calvário” fará todo o sentido". Ora, o Franco gosta disto mas não gosta de calvários, acresce que já estava fraquinho e zás estrada com ele , aliás, nunca mais saí da estrada - mesmo assim já mereço o descanso.
Proonnntttssss, amanhã vou fazer menos Kms, não sei ainda onde vou parar mas vai ser. Calma, muita calma...
Não há mais fotos que nada havia para fotografar...
#viadaprata

REGRESSO DA GALDÉRIA

A galdéria vai para casa. O problema é que fez uma birra, quis ir num saco almofadado. A menina é exigente, uff, não é fácil aturá-la... Bem...