domingo, 31 de janeiro de 2021

465 dias de bicicleta pelo Brasil

 

"456 Dias - Uma Viagem de bicicleta pelo Brasil", é um pequeno documentário do Projeto Pedalar é Preciso sobre uma aventura de jovens, de 10.000 km pelo Brasil, envolvendo música, interação social e sustentabilidade.

E acaba em casamento :) 



sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Aventura de bicicleta nos desertos da Cordilheira dos Andes | 7 Passos Andinos

Já ouviu falar na bela Cordilheira dos Andes não já? Dois jovens resolveram fazê-la de bicicleta e fizeram um documentário que mostra a sua viagem.

Vamos, então, até à América do Sul:





quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Aproveite a quarentena e veja belas viagens de bicicleta

A quarentena pode ser um período muito aborrecido, mas você pode virar isso ao contrário. Nos próximos dias vamos colocar vários filmes de viagens em bicicleta que lhe farão água na boca. 

É certo que nem todas as pessoas poderão usar esse meio de viagem, pelo menos fica um contributo cultural e social. 

A Noruega está na primeira escolha, aqui fica a partilha:







terça-feira, 26 de janeiro de 2021

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Português: leva esta maçã, podes ganhar fome!

Esta estória que vos trago ocorreu na minha última Donejakue bidea, [Caminho de Santiago, o do Norte], o Iparraldeko.

Ocasionalmente há recordações que revivem e declaram a presença notória na memória, coisas da chuva e do confinamento.

Essas vivências trazem um novo valor a momentos que tratámos como banais, significados que nos passaram despercebidos e constroem a história de um percurso geográfico e humano.

Para fazer este caminho apanhei “boleia” Blablacar até Hendaye, ou Hendaia, ali no lado francês do País Basco. Era hora de montar a bicicleta.



Colocados os alforges e verificados todos os apertos, fico a olhar os dois lados da fronteira, tudo parecia o mesmo país! Mais à frente, na ponte fronteira sobre o rio Bidasoa, as pessoas circulavam a pé entre a República Francesa e o Estado monárquico Espanhol como se fossem beber um café na rua ao lado.

Mas havia diferenças, muitas diferenças; uma pequena placa, no lado francês, assinalava a luta republicana e independentista de Euskal Herria e de todos os republicanos contra o golpe fascista e a guerra civil desencadeada do general Francisco Franco!

Nesse dia dei uma volta por Irun e verifiquei a qualidade do seu ordenamento territorial, a limpeza, o cuidado com os espaços verdes e desportivos, um gosto! 

Dormi no albergue de peregrinos de Irun, modesto, mas acolhedor. No jantar de véspera partilhara comida e conversa com comensais de ocasião, franceses. De manhã fui o último a partir, sou sempre o último, gosto da lentidão matinal na serenidade de um tempo sem relógio…

Peguei a bicicleta, fixei os alforges e olhei o céu cinzento… Despedi-me dos anfitriões, por precaução encerro o telemóvel no saco plástico, pedalo por Hondarribia e procuro o trilho para subir o monte a caminho do Guadalupeko Ama Birjinaren Santutegia [Santuário da Virgem de Guadalupe]. Como podem ver na imagem a língua basca, o Euskara, é muito fácil eh eh eh 


A chuva começa a cair, cada vez mais intensa, a dificuldade cresce na proporção da lama e da subida, empurro a bicicleta à mão, sigo, a chuva continua, primeiro dia, primeira molha… Ao fim de umas horas chego à igreja basca. Encontro outros peregrinos que se acoitavam da chuva torrencial, a chuva não escolhe entre católicos e ateus. Espero, converso, temas da ocasião… A chuva cai, começo a ter frio, decido recomeçar a pedalar para reaquecer…

O frio aconselhou-me a não visitar a Gotorlekua [Fortificação], pedalo, a chuva para, o céu abre e a luz rompe o nevoeiro e a humidade fazendo brilhar o mar e as encostas abruptas. As aves cantam animadas pelos raios de sol, paro junto a uma rocha e saco uma banana. Aproximam-se duas jovens chinesas a pé, saúdam-me, ofereço bananas, uma aceita, puxo pelo inglês e peço que me tirem uma foto como recompensa, sorriem, assim é…

Cortaram-me um pé :) 

Respiro fundo, sabe bem aquele ar, recomeço a pedalar no trilho, acabo a subida ao monte Jaizkibel, estou no reino das ovelhas e das vacas, aqui e ali salta um coelho, sigo, encontro uma festa…

Festa, em cicloviagem é sinónimo de paragem obrigatória! Várias tendas e rulotes anunciavam comidas e bebidas. Encosto a bicicleta, escuto euskara, o nome da língua basca, penso: começa a correr bem, procuro olhar atentamente, decido dirigir-me a uma tenda onde faziam comida, Eko Talo anuncia uma placa, dirijo-me a dois jovens cozinheiros…

O jovem da direita usa a tradicional boina basca

- Eu sou português, eu começo sempre assim quando falo castelhano no País Basco, e disparo o diálogo: vocês estão a fazer comida, que comida é essa, que festa é esta, o que significa Talo… por fim a pergunta decisiva: podem vender-me Talo?

- Sim, estamos a fazer uma comida, é à base de milho, no fim de amassada vai ao calor e fica uma base redonda que enchemos com recheio [fica semelhante à Arepa ou a um pão árabe], esta festa é privada, é de uma empresa, não podemos vender a ti!

Uff, milho não tem glúten, isto é mesmo bom para mim. Vai daí…

- Eu sou português, venho de tão longe, já apanhei imensa chuva e agora nem me vendes nada?

Riu-se, falou com o colega…

- Vem daqui a pouco, vendemos-te uma!

Assim foi, agradeci e pedi para lhes tirar uma foto; estava deliciosa – teria comido três ou quatro :) … Comi mais uma banana…

Procurei então a rulote das bebidas. Lá estava uma, cheia de bandeiras independentistas do País Basco, da Catalunha e de Cuba. 

Uma T-shirt, com as bandeiras do País Basco e da Catalunha, tinha escrito em catalão: Solidaritat entre pobles… Estou na minha gente, pensei…

- Eu sou português… E como perguntar não ofende… Vende um copo de sumo? Lindas bandeiras… Linda T-shirt… Porque tem estas bandeiras? Eu também sou independentista… Claro que as perguntas foram entrecortadas com as respostas…

- Sabe das “coincidências” históricas de Portugal com a Catalunha na libertação de Castela?

A conversa fluiu, falámos da coincidência [é claro que duas revoltas não se desencadeiam em "simultâneo" contra um opressor comum, apesar de em 1640 não haver e-mails nem telemóveis] da revolta catalã e da revolta portuguesa, dos direitos dos povos… Tentou ensinar-me algumas palavras em basco que escrevi num papel, os ponteiros galgaram o tempo mais rápido do que um monte. O diálogo construiu duas horas de fraternidade… Uma folha dizia Kafea dago [Temos café]”. Pedi um e paguei. Despedi-me com satisfação. Quando já começava a pedalar ouvi: 

- Português, volta aqui!

Assim fiz, quando cheguei ao pé do senhor, de quem esqueci o nome, disse-me:

- Leva esta maçã, podes ganhar fome!

Fiquei sem palavras, sorri, agradeci por gestos, afinal o gesto é tudo… Encaixei o pé no pedal e segui…

Tinha sido um dia bonito!

Vítor Franco

Fins de maio de 2018

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

A "VELO CITY", este ano de 2021, é em Lisboa. Embora lá?

https://www.velo-city2021.com/  é o site divulgador desta interessante iniciativa. Ele divulga que Lisboa vai acolher a edição de 2021.
Após uma inspiradora edição em Dublin (Irlanda), Lisboa  será a próxima anfitriã da Velo-city 2021. Participe na conferência global de mobilidade ciclável de 1 a 4 de Junho de 2021 e explore o tema "Cycle Diversity".
O evento que promete a "maior conferência mundial de mobilidade ciclável" já tem pré-registo para informações e acompanhamento, no sítio web, e é organizado pela Câmara Municipal de Lisboa, a Federação Europeia de Ciclistas (ECF) e a Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL).
A curiosidade já desperta atenções...
Vítor Franco

terça-feira, 10 de novembro de 2020

A revoltante falta de respeito na política do património em Santarém



Podem discordar das minhas opiniões, considerar diferenciações opostas, mas considerai que nunca uso impostura, desrespeito ou fingimento esquecido!

A diferença de opinião é saudável e motivadora em democracia - também o respeito pela cidadania e pela própria democracia o deve ser! Respeitar não é coisa de somenos – muito menos quando se trata da meritória intervenção cidadã pela melhoria da nossa terra.

Exemplo concreto: em 2015, centenas de cidadãos assinam uma petição à Assembleia Municipal “QUEREMOS DE VOLTA O CORETO ROMÂNTICO”. Uma comissão de deputados municipais presidida por um eleito do PSD propõe à Assembleia Municipal de Santarém uma recomendação que é aprovada, em 24-09-2015, por UNANIMIDADE – portanto, PSD incluído -, onde na ata [clique aqui] se diz:

C) A Comissão recomenda ao Município de Santarém a realização de um estudo interno por forma a proceder a melhorias no Coreto, em especial relativamente à sua base em cimento de cor cinzenta, a qual foi considerada unanimemente, ser o elemento que mais agride visualmente a sensibilidade estética no conjunto, não esquecendo o enquadramento com o restante Jardim, por forma a melhorar o seu aspeto visual, tornando o espaço mais aprazível aos seus utilizadores;

Isto foi em SETEMBRO de 2015. UM ANO DEPOIS, EM 2016, perguntei, na Assembleia Municipal, ao Sr. Presidente da Câmara Ricardo Gonçalves o que a Câmara fizera para dar seguimento ao aprovado por UNANIMIDADE – PSD incluído. Ata:

“O senhor Presidente da Câmara esclareceu que uma intervenção neste espaço necessita da autorização do autor do projeto, recordando que o Jardim da República foi premiado como melhor jardim de dois mil e dez. Sublinhou que só com a anuência do autor do projeto a recomendação poderá ser cumprida”.

Ou seja, o senhor Presidente da Câmara e o seu executivo que esteve UM ANO SEM FAZER NADA responde um ano depois que tem de perguntar ao autor do projeto! Tem dúvidas? Clique aqui e leia a ata da AMS de 30-09-2016.

Como o Bloco de Esquerda tem respeito pela cidadania, respeito pela democracia, respeito pelo nosso património, respeito pela nossa terra, há que não calar!

Assim, em AGOSTO de 2020, cinco anos depois da aprovação na Assembleia Municipal, voltei a questionar o senhor Presidente da Câmara Ricardo Gonçalves. A resposta chegou-me ontem e é absolutamente inacreditável!

Para que toda a população possa verificar a total veracidade da resposta recebida faço colagem das imagens da carta oficial assinada pelo Presidente da Câmara:



Poderia trazer-vos n interrogações: o respeito pela Assembleia Municipal – órgão máximo de Santarém, o respeito do PSD por aquilo que ele próprio votou a favor, o respeito pelas centenas de pessoas que se preocuparam com o património da sua/nossa terra, o respeito por um compromisso sério de trabalho… Num PSD que se junta a propagadores do ódio e do racismo, como nos Açores, que há a esperar? Que cada pessoa tire as suas conclusões!

Vamos continuar a deixar o coreto apodrecer?

Já agora, fique-se a saber que há oposição em Santarém! O BE não é uma nêspera [clique e saiba porquê], é uma oposição que age, que tem uma oposição positiva, que faz propostas e defende a sua terra, a identidade, a cultura e a democracia!

O leitor ou leitora quer ajudar-nos a defender a nossa terra? Partilhe o artigo.

Vítor Franco


sábado, 7 de novembro de 2020

As simples e maravilhosas partilhas do Pedro, em bicicleta!

António Pedro Moreira, o Pedro, foi de bicicleta de Portugal à África do Sul. As suas viagens dão pelo nome "Pedro on the road" e materializam-se no blogue "Daquiali".
O blogue dele é um lugar do mundo, uma história da humanidade, um encanto de coisas simples e lúcidas! 

Ouçam como a intolerância e o racismo se dissolvem em argumentos simples e lógicos numa poesia de palavras. Aqui vos deixo uma partilha:

Vítor Franco

sábado, 31 de outubro de 2020

Alô ciclistas, como estão as vossas barrigas?

Cristina Spínola é uma das mulheres cicloviajantes mais famosas. 
As suas aventuras e os seus ensinamentos fazem escola e partilha democrática e gratuita de conhecimento.
A sua coleção de vídeos é muito boa. Podes consultá-la no youtube clicando aqui e no facebook clicando aqui.
Sobre os seus vídeos diz a Cristina:
"Acho que não há melhor maneira de conhecer a realidade de um país e de seus habitantes do que viajando de bicicleta. Não importa de onde você é, de onde você está ou do motivo de sua viagem, a única coisa que une você e eu é que a bicicleta é o centro de nossas vidas. Solaenbici é para pessoas como você e eu que viajam a pedais para conhecer a realidade profunda de um lugar que transpira gordura, cruza desertos, selvas e pântanos, sobe e desce montanhas, passa pelo calor ou pelo frio, se move devagar sem parar. Às vezes vale a pena sofrer para chegar aonde ninguém vai e encontrar seres humanos incríveis que jamais conheceríamos de outra forma; pessoas com valores incríveis com quem aprendemos e graças a quem cumprimos o propósito final desta viagem, crescer como pessoas."
Que se poderia dizer melhor?
Ah pois... o título é como estão as vossas barrigas :) :) :) 


Vítor Franco

Pereiro, onde as casas morrem com as pessoas!

O bairro do Pereiro foi o da minha criação, assim diria a minha mãe. A senhora Alice tinha uma mercearia no Largo dos Capuchos, mais conheci...